A reabertura da economia chinesa com o fim da política de Covid-zero e uma crise energética mais suave do que a esperada na Europa fizeram os Barômetros Globais medidos pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subir pela primeira vez desde novembro de 2022.

Mas a pressão inflacionária pode novamente reverter esse quadro, alerta Paulo Picchetti, pesquisador do Ibre da FGV.

Em fevereiro de 2023, o Barômetro Econômico Global Coincidente, que procura acompanhar o ritmo da atividade econômica, subiu 6,2 pontos, para 83,3 pontos.

O Barômetro Econômico Global Antecedente, que mede as perspectivas de crescimento econômico nos próximos de três a seis meses subiu ainda mais expressivamente, em 11,2 pontos, para 90,5 pontos, maior nível desde março de 2022.

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Com o resultado, o Barômetro Coincidente recupera quase 50% das perdas registradas nos três meses anteriores, enquanto o Antecedente recupera mais de 100% das perdas no mesmo período de comparação, informa o Ibre da FGV.

“O desempenho dos Barômetros Globais reflete os impactos imediatos e de perspectivas futuras do fim da política de Covid-zero na China sobre o nível de atividades na região e no restante do mundo. A intensidade da crise energética decorrente dos conflitos regionais na Europa aparenta ter sido menor que a inicialmente estimada, colaborando também para essas expectativas”, avalia Picchetti.

No entanto, observa o economista, os desafios da política monetária ante à trajetória de aumentos de preços ao redor do mundo persistem, o que ainda não permite afastar a hipótese de alguma desaceleração do nível de atividades ao longo do ano.

Em fevereiro, a região da Ásia, Pacífico & África contribui com 5,0 pontos para a alta de 6,2 pontos do indicador Coincidente; o Hemisfério Ocidental com 0,8; e a Europa com 0,5 ponto.

Todos os indicadores setoriais coincidentes sobem em fevereiro de 2023, algo que não acontecia desde março de 2021. O setor de Serviços registra o maior nível entre os setores pelo terceiro mês seguido.

Na medição do Barômetro Global Antecedente a região da Ásia, Pacífico & África contribui com 8,6 pontos para a alta de 11,2 pontos do indicador em fevereiro, após quatro meses caminhando em sentido oposto.

A Europa e o Hemisfério Ocidental contribuem no mesmo sentido, mas em menor magnitude, com 1,7 e 0,8 ponto, respectivamente.

Todos os indicadores setoriais antecedentes sobem em fevereiro, com destaque para a Indústria, com alta de quase 14 pontos no mês.

Assim como no caso do indicador Coincidente, a construção tem o menor nível entre os setores, refletindo pessimismo para os próximos meses.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Barômetros Globais sobem pela 1ª vez desde novembro, diz FGV no site CNN Brasil.

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