A dívida pública, que deve encerrar 2022 abaixo de 75% do PIB, vai escalar para os 90% até o final do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026, caso os gastos com o Bolsa Família fiquem todo este período fora do teto, como pleiteia a equipe do presidente eleito na PEC da Transição.

As estimativas são da economista-chefe da A.C. Pastore & Associados, Paula Magalhães, que falou nesta quarta-feira (23) em entrevista à CNN.

“A proposta [da PEC da Transição], como foi apresentada, deixaria R$ 200 bilhões [em gastos extra-teto] ano que vem e, depois, R$ 175 bilhões”, disse.

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“Isso faz a nossa razão dívida/PIB chegar a 90% no último ano do governo Lula. É um valor muito alto e um crescimento muito rápido, se levar em consideração que este ano deve terminar abaixo de 75%.”

Para a economista, o ideal é que, feita a exceção à regra em 2023, a partir de 2024 o financiamento de um Bolsa Família maior e de outros programas sociais sejam previstos de volta sob o teto, e com corte de gastos em outras frentes para que possam ser comportados.

Isso permite “chegar a uma trajetória sustentável dessa dívida”, de acordo com Magalhães. “A gente já está pagando juros muito altos, a Selic está em 13,75%, e o Banco Central não vai conseguir cortar juros caso tenha descontrole fiscal.”

*Publicado por Juliana Elias

Este conteúdo foi originalmente publicado em Com gastos fora do teto, dívida vai subir de 75% para 90% do PIB, diz economista no site CNN Brasil.

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