O setor público consolidado registrou um déficit de R$ 30,3 bilhões em agosto de 2022, frente a um superávit de R$16,7 bilhões em agosto do ano anterior. O resultado foi puxado pelo déficit de R$ 49,8 bilhões do Governo Central.
O setor púbico consolidado engloba as contas de governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência), Estados, municípios e empresas estatais e não inclui as despesas com juros.
O resultado primário de agosto foi influenciado pelo resultado negativo do governo federal, enquanto o dado ficou no azul para os governos regionais e as estatais.
Entre os governos regionais, o superávit foi de R$ 18,5 bilhões, enquanto nas empresas estatais registraram um superávit de R$ 970 milhões. Nos doze meses encerrados em agosto, o superávit primário do setor público consolidado atingiu R$ 183,5 bilhões, equivalente a 1,97% do PIB. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (30), na nota de Estatísticas Fiscais do Banco Central.
Nesta quinta-feira (29), o Tesouro Nacional havia informado, na divulgação do Resultado do Tesouro Nacional de agosto, o déficit registrado no mês e explicou que duas despesas influenciaram o resultado.
Segundo o Tesouro, no mês de agosto de 2022 ocorreu uma despesa extraordinária de R$ 23,9 bilhões, referente ao acordo da União com o município de São Paulo sobre o aeroporto do Campo de marte. Além dos gastos por conta do acordo com a capital paulista, o Tesouro desembolsou R$ 25,3 bilhões para o pagamento de precatórios judiciais.
Queda na dívida pública
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que corresponde as contas do Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais, registrou queda de 0,7 ponto percentual em agosto, e foi registrada em 77,5% do PIB. No acumulado no ano, a dívida registra redução de 2,8 pontos percentuais.
Segundo o Banco Central, a queda na DBGG “decorreu do crescimento do PIB nominal, dos resgates líquidos de dívida, do efeito da valorização cambial acumulada e dos juros nominais apropriados.
Juros nominais
No mês de agosto, os juros nominais do setor público consolidado – governos central, regional e municipal, apropriados por competência, somaram R$ 35,6 bilhões. No mesmo mês de 2021, os juros nominais foram de R$ 46,5 bilhões.
Segundo o BC, “contribuiu para a redução dos juros no período a melhora no resultado das operações de swap cambial (ganho de R$11,3 bilhões em agosto de 2022 e perda de R$7,6 bilhões em agosto de 2021).”.
No acumulado dos últimos doze meses, os juros nominais somam R$ 575,6 bilhões (6,17% do PIB). O resultado representa uma alta, quando comparado aos últimos doze meses até agosto de 2021, quando os juros foram registrados em R$ 335,7 bilhões (4,03% do PIB).
*Com Reuters
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