A NTS, empresa de gasodutos responsável pelo transporte de metade de todo o gás natural do país, anunciou na quinta-feira (22) um plano de investimentos de R$ 12 bilhões para os próximos oito anos.

O objetivo é redesenhar a operação de atendimento às regiões Sudeste e Sul e adicionar uma nova unidade de negócio, voltada à estocagem de gás natural liquefeito (GNL), no Norte Fluminense.

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O principal foco da NTS é adaptar e incrementar a capacidade da malha existente no trecho que acompanha o litoral, transferindo os pontos por onde o gás entra no sistema de gasodutos, hoje consolidado no Estado de São Paulo (Paulínia, Guararema e Caraguatatuba), para o Rio de Janeiro.

O novo foco será nas atividades na Baía de Guanabara, em Itaboraí e no Porto do Açu.

A empresa busca se adaptar ao deslocamento das fontes do gás, que passará a vir mais da produção do pré-sal e cada vez menos da Bolívia ou do Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos.

“Campos de gás se esgotam. O fornecimento da Bolívia e de Mexilhão vai cair gradativamente entre cinco e dez anos. Em vez de receber, enviamos cada vez mais gás para São Paulo. E isso exige o reforço da malha”, explica o CEO da NTS, Erick Portela.

As intervenções vão se dividir em duas fases. A primeira delas prevê a instalação de uma estação de compressão em Japeri, na região metropolitana do Rio, já em 2023. Numa segunda etapa, será duplicada a capacidade da tubulação em trecho entre Rio e São Paulo, e pelo menos outras três estações de compressão serão construídas.

Um dos pilares do novo plano que antecede o Gasig — gasoduto de 11 quilômetros entre o Comperj, em Itaboraí, e a cidade de Guapimirim (RJ) — deve ser concluído em fevereiro a um custo de R$ 230 milhões.

Sobre a nova frente de estocagem de GNL, o objetivo é a geração de receita por meio de fornecimento imediato às termoelétricas do interior do Rio, principalmente no Norte Fluminense.

O insumo também deverá ser transportado por caminhão para grandes consumidores industriais da região.

A consolidação dessas rotas de pequena escala, no jargão do mercado, pode orientar a construção de gasodutos adicionais em um segundo momento, diz Portela.

A companhia

Criada em 2017, a partir da privatização da malha de 2 mil km de dutos da Petrobras, a NTS tem participações de Brookfield e Itaúsa, além do British Columbia Investment Management Corporation (BCi) e dos fundos soberanos CIC (China) e GIC (Singapura).

Em 2021, a companhia faturou R$ 5,7 bilhões. Segundo a Fitch, a dívida ajustada da NTS era de R$ 12,4 bilhões em junho de 2021.

No curto prazo, a empresa também conta com a liberação de espaço para fechar contratos firmes de transporte de gás ao mercado paulista, o que requer diminuição do espaço de uso exclusivo da Petrobras, solicitado à ANP no semestre passado.

A NTS tem cinco contratos de exclusividade com a Petrobras com vencimentos até 2031, mas tenta a liberação precoce de espaço para atender a outros clientes. O plano é abrir pelo menos 12 milhões de m³ diários para produtores do pré-sal.

Dessa capacidade, pelo menos 40% deve atender São Paulo e o Sul do país.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Este conteúdo foi originalmente publicado em NTS, gigante de gás no país, anuncia investimentos de R$ 12 bilhões em 8 anos no site CNN Brasil.

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