Os Estados Unidos anunciaram, nesta terça-feira (21), mais um aumento na taxa de juros, sendo a quinta alta consecutiva desde março.

O Federal Reserve, banco central do país, elevou em 0,75 ponto percentual, chegando ao intervalo de 3 a 3,25% ao ano. A decisão reflete o esforço para combater a maior inflação em 40 anos.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros em 13,75%, interrompendo o ciclo de altas iniciado em março do ano passado, quando a Selic estava na mínima histórica. Foram 12 elevações seguidas, o mais longo ciclo de aumentos desde 1999.

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Para 2023, a tendência é de manutenção do patamar da Selic do começo do ano até junho, quando o mercado acredita que o Copom deve reduzir, levemente, a taxa. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que os juros vão cair na medida em que a inflação recuar, e que em 2023, o Brasil estará sem freio de mão na política monetária.

“Você vai ter o consumo de massa de um lado, com juros mais baixos. Você vai ter a retomada também deste componente cíclico, que hoje é desaceleração. Um componente negativo, é um freio de mão puxado. No ano que vem, nós vamos estar com esse freio de mão solto”, declarou Guedes.

Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, não concorda com a afirmação do ministro. “Crise energética na Europa por conta da guerra, perspectiva de baixo crescimento na China. E o Banco Central mantendo essa Selic em 13,75%, 14% até meados do ano que vem, pode afetar ainda mais o nosso crescimento.”

E uma política monetária contracionista deve ir de encontro com uma política fiscal expansionista. Os dois principais candidatos à Presidência trabalham com planos de governo que exigem aumento dos gastos públicos para o ano que vem.

Ao manter a taxa básica no mesmo patamar nesta quarta-feira, o Copom alertou que “a conjuntura, ainda particularmente incerta e volátil, requer serenidade na avaliação dos riscos.” E que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”

“Se a gente realmente tiver um algum custo fiscal maior no ano que vem, podemos ver essa inflação ficar pior ainda mais. Então, eu acho que é um ano bastante desafiador, independente do governo que entrar”, finaliza Cristiane Quartaroli.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Estados Unidos elevam juros pela quinta vez consecutiva desde março no site CNN Brasil.

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