Relatório de Monitoramento da Competição publicado pela Anatel nesta semana aponta que empresas over the top (OTTs), donas de aplicações de internet para tráfego de voz no varejo, ganharam espaço no último ano. Estas, que já tinham mais da metade do mercado em 2024, cresceram 0,4 p.p. e somam agora fatia de 54,6% de share.

A título de comparação, se somadas, a participação no varejo de voz das tradicionais operadoras de telefonia Claro, TIM e Vivo é de 43,1%.

Entre as prestadoras de serviços tradicionais de voz por meio de telefonia fixa e móvel (excluídos dados), a Vivo (com cerca de 17,3%), possui maior participação no Mercado de Varejo de Voz, seguida de Claro (15%), TIM (cerca de 10,8%), todas elas com pequenas oscilações no market share nos últimos três meses.

A Oi seguiu perdendo espaço. Estava com 1,2% do mercado no segundo trimestre de 2024, e agora, detém 1%. O relatório diz que a tendência de migração dos serviços tradicionais de voz para o das OTTs é “clara”. Mas as operadoras se beneficiam no atacado, com o comércio das interconexões e com a terminação das chamadas.

Outro segmento fortemente impactado pelo avanço das OTTs é o de conteúdo. O streaming, indica a Anatel, detinha 89,9% dos acessos no varejo de “ofertas híbridas de conteúdo”. A Claro tem 5,7%, enquanto a Sky, 3%.

O Mercado de Oferta Híbrida de Conteúdo agrega os serviços tradicionais de TV por Assinatura – ou Serviço de Acesso Condicionado, SeAC – à oferta de conteúdo sob demanda ou programado, e remunerado por meio de assinatura. As OTTs cresceram 1 p.p. nos últimos 12 meses, enquanto a TV por assinatura tradicional perdeu 1,35 milhão de clientes.

Os serviços tradicionais de TV por Assinatura (SeAC), portanto, respondem por menos de 10% do Mercado de Oferta Híbrida de Conteúdo, atualmente. Os comparativos não consideraram a base de clientes de TV paga que era da Oi e foi vendida para a Mileto – uma vez que a empresa não passou novos dados da base.

Banda larga fixa

O Relatório de Monitoramento da Competição feito pela Anatel mostrou ainda que, no segundo trimestre deste ano, os provedores regionais de internet seguiram ganhando mercado na banda larga fixa. Os dados indicam que eles detinham 56,4% de participação ao final de junho deste ano, mais que os 55,2% registrados no mesmo mês de 2024.

Segundo a Superintendência de Competição (SCP), responsável pelo relatório, há 22,5 mil provedores de internet no Brasil, dos quais 11,95 mil são autorizados e 10,5 mil são dispensados de obtenção de outorga. Os números confirmam, ainda, que há subnotificação por parte dos ISPs, pois do total, apenas 8 mil enviaram dados de acessos à agência.

O relatório indica que a Claro continua a ser a maior provedora de banda larga do país, com 19,7% de market share, apesar de ter perdido 0,3 p.p. em um ano. A Vivo cresceu de 13,8% para 14,4% de participação entre o segundo trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2025. Já a Oi encolheu de 9,3% do mercado para 7,9%.

O ranking com as 15 maiores provedoras pode ser visto no gráfico abaixo:

Gráfico traz as 15 maiores empresas de banda larga fixa do Brasil no 2º tri de 2024 e de 2025. (Anatel)
Gráfico traz as 15 maiores empresas de banda larga fixa do Brasil no 2º tri de 2024 e de 2025. (Anatel)

O relatório diz que a pulverização de provedores de pequeno porte é grande e o segmento é altamente competitivo – muito mais que os mercados de telefonia móvel ou de TV por assinatura.

“Ao compararmos o Mercado de Banda Larga Fixa com o Mercado de Varejo de Telefonia Móvel, observou-se desempenhos opostos em termos de competição medida pelo HHI. Constata-se uma alta concentração – HHI elevado – do Mercado de Telefonia Móvel. A concentração do Mercado de Telefonia Móvel atual só se compara, em escala, com a concentração do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), cujos assinantes estão, majoritariamente, concentrados nas prestadoras Claro (56,4%) e Sky (29,7%)”, avalia o documento.

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