A inflação australiana subiu mais do que o esperado no trimestre de setembro, atingindo a maior nível em 32 anos. No acumulado em 12 meses fechou em 7,8%. O Índice de Preços ao Consumidor subiu 1,8% nos três meses até 30 de setembro em relação ao trimestre anterior, segundo os dados do Australian Bureau of Statistics (ABS), divulgado nesta quarta-feira (26).

Com este resultado, a Austrália passa o Brasil no ranking da Austin Rating, que elenca as maiores inflações do G20, mais a Zona do Euro.

A Austrália foi o último país a divulgar a inflação referente a setembro na lista das nações do G20. Com esses dados, o país passou a ocupar o 14º lugar, posição que era do Brasil – que por sua vez foi para a 15ª colocação. Neste cenário, Turquia encabeça a lista com uma inflação a 83,5% em 12 meses. Em seguida, vem Argentina com 83% no mesmo período e, em terceiro lugar, Rússia – que está em guerra – com 13,7%.

Cenário da Austrália

De acordo com Alex Agostini, economista-chefe na Austin Rating, após esse resultado, o Australian Bureau of Statistics vai mudar o formato de divulgação do IPC, que era trimestralmente. A partir do próximo mês, a divulgação será mensal.

“O aumento dos custos de aluguel e combustível foram os maiores contribuintes para a leitura acima do esperado, já que a Austrália luta com taxas de juros elevadas e aumento dos custos de commodities. Os custos com alimentos também tiveram crescimento no trimestre devido a problemas na cadeia de suprimentos e condições climáticas”, explica.

Segundo nota do Banco Central da Austrália, a instituição está tentando manter um equilíbrio entre conter a inflação e garantir que as altas taxas de juros não afetem a economia. O órgão aumentou as taxas sete vezes este ano a partir de níveis ultrabaixos e sinalizou uma abordagem baseada em dados para futuros aumentos de taxas.

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Inflação no G20

Na visão do economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel Leal de Barros, o resultado desta tabela mostra que a inflação é um processo disseminado entre vários países. “O Brasil, mesmo tendo uma atuação econômica relativamente menor do que as outras nações, como a União Européia, Rússia, Alemanha e Zona do Euro como um todo, mostra que a difusão da inflação é alta entre eles, ou seja, o processo inflacionário é global”, pontua.

Barros explica que esses índices são muito influenciados pelas commodities, principalmente as agrícolas, metálicas e energéticas. “O choque destas commodities é o que está contaminando as finanças dos países”, explica.

O economista faz uma ressalva referente à taxa de juros do Brasil. “Como o Banco Central brasileiro começou a subir os juros mais cedo e mais rápido, estão colhendo os frutos antes dos outros países. Se compararmos com a Zona do Euro, o banco central de lá demorou muito para subir os juros e agora sofrem com a inflação alta”, comenta.

Ele atribui o mesmo cenário aos Estados Unidos. “O FED demorou muito para iniciar um ciclo de alta nos juros; por isso, vai demorar para ter os benefícios do aperto monetário”, conclui Barros.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Só cinco países do G20 tem inflação menor que a do Brasil, veja lista completa no site CNN Brasil.

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