Após os resultados das eleições, que aconteceram no último domingo (2), o otimismo para uma melhora no cenário econômico no Brasil voltou a crescer para o mercado. Economistas ouvidos pelo CNN Brasil Business refizeram suas projeções e apontaram uma nova alta no PIB e uma queda na inflação do país.

Além disso, a expectativa de baixa na taxa Selic pode acontecer antes mesmo do que se esperava. 

O mercado já havia projetado, pela décima quarta semana consecutiva, essa tendência de melhora para este ano e para 2023, conforme mostraram os dados do Boletim Focus divulgados pelo Banco Central. O relatório apontou uma expectativa para o IPCA deste ano em 5,74% e 5% para o ano que vem.

A projeção de alta do PIB subiu de 2,67% para 2,70% neste ano e também foi elevada, de 0,50% para 0,53% em 2023. Para a Selic, a expectativa é de que a taxa irá baixar para 11,25% no próximo ano.

Um levantamento da Austin Rating mostrou que, após figurar como uma das inflações mais altas do mundo no início do ano, o Brasil reverteu o cenário de aumento dos preços.

Com a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos dois meses, principalmente na energia e combustíveis, o país registra hoje a sétima menor inflação em setembro entre os países do G20 – grupo formado pelas maiores economias e emergentes.

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Segundo o ranking, o acumulado deste ano chegou a 4,4%, de janeiro a agosto. O índice é menor que o da União Europeia (7,6%), do Reino Unido (7,1%), da Alemanha (7%) e dos Estados Unidos (5,4%), motivado pela alta dos combustíveis, energia e preço do gás.

Na outra ponta, o levantamento mostra ainda que Rússia, Argentina e Turquia lideram o ranking, com 14,3%, 78,5% e 80,2%, respectivamente, no acumulado do ano. De acordo com o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, no ano que vem o Brasil vai estar em uma posição ainda melhor do que a deste ano.

“A expectativa é que em maio de 2023 os juros iniciem um ciclo de queda, porém não tão acentuada devido aos fatores conjunturais da política de contenção da inflação. Medidas como o limite do teto do ICMS não é uma ação consistente que garante uma deflação por um longo prazo”, ressalta.

A economia global é um tema de preocupação unânime para todos os economistas ouvidos pelo CNN Brasil Business. Alex acredita que em 2023, o cenário econômico de outros países vai afetar diretamente o Brasil.

“O preço das commodities pode se tornar um problema para o mundo, mas o Brasil pode aproveitar desse momento e da recessão de países que são grandes importadores dos nossos produtos para baixar os preço internamente. Isso pode refletir num controle da inflação”, destaca Agostini.

/ Arte CNN

O ex-diretor do Banco Central e CEO na Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo, compartilha da mesma opinião referente à economia dos outros países. Segundo ele, o cenário internacional está desfavorável para o Brasil.

“A Guerra na Ucrânia ainda está indefinida e o mundo ainda está sendo assombrado por uma invasão da China à Twaian. Tudo isso causa uma incerteza na economia não só do Brasil, mas como de outros países”, explica Luiz Fernando. Por outro lado, a economia nacional mostra fortes sinais de recuperação em 2023.

O economista está otimista com o cenário no próximo ano e acredita que os índices econômicos do Brasil podem ficar melhores do que prevê o mercado. “Independente do presidente que for eleito, a economia do país vai apresentar melhoras. A composição do congresso já se mostra preocupada com a responsabilidade fiscal”, aponta.

As projeções do especialista é de que a inflação vai estar na casa dos 5% em 2023. Sobre a taxa de juros, Luiz Fernando acredita que o Comitê de Política Monetária, o Copom, comece a baixar os juros entre o 1º trimestre e o 2º trimestre do próximo ano.

Sua previsão é de que feche 2023 com a Selic abaixo dos 10%. Para o produto interno bruto (PIB), o economista acredita em uma alta de mais de 1%, diferente do Boletim Focus, que projetou alta de 0,53%.

O cenário também é positivo para o ex-ministro da Fazenda e sócio na Tendências Consultoria, Maílson da Nóbrega. O economista não é tão agressivo e projeta uma inflação girando em torno dos 6% no ano que vem.

Além disso, espera que a taxa Selic fique em cerca de 11% a 11,5% no próximo ano. Já o PIB, Maílson é mais moderado e aposta em um crescimento na casa dos 0,4%.

Para ele, a explicação de uma melhora na economia brasileira é de que os efeitos restritivos da política monetária já vão ter passado e garante que a partir do 3º ao 5º trimestre do ano que vem este cenário otimista vai estar mais claro no país, se estendendo também nos próximos meses.

Porém, ele faz o mesmo alerta dos outros economistas: a economia mundial. “Os EUA e Alemanha não vão conseguir fugir de uma recessão e a China irá crescer menos de 3%, bem abaixo do comum. Este é um cenário ruim para as commodities e pode impactar diretamente o Brasil”, alerta.

Mesmo com essa preocupação, Maílson acredita que em 2023 o Congresso Federal vai apostar na responsabilidade fiscal e trabalhará em ambiente positivo e em um cenário econômico melhor posicionado.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Mercado prevê novo crescimento do PIB e queda na inflação em 2023 no site CNN Brasil.

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