A fabricante de carros de luxo Porsche driblou o mau humor do mercado de ações mundial e emplacou na noite de quarta-feira (30) a maior oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) desde 2011 na Europa e uma das maiores do mundo este ano.

Com captação de € 9,4 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) e avaliada em € 75 bilhões (cerca de R$ 400 bilhões), atraiu tanto interesse que metade dos investidores que reservaram ações não conseguiu comprar os papéis, isso na mesma semana em que a libra despencou em Londres.

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Na última quinta, dia de queda da Bolsa de Frankfurt, o papel da Porsche, montadora que pertence à gigante alemã Volkswagen, chegou a subir mais de 3%, para fechar estável.

O mercado de IPOs passa por uma escassez de ofertas, no Brasil e no mundo, em decorrência do aumento dos juros pelos bancos centrais para conter a disparada da inflação e das incertezas geopolíticas com a guerra na Ucrânia.

Na Europa e nos Estados Unidos, maior palco de IPOs do mundo, este vem sendo o pior ano para captações via ações desde a crise financeira global ocorrida em 2008.

Enquanto a atividade de IPOs atingiu seu nível mais baixo em 20 anos nas Américas, a Ásia sediou cinco dos dez principais IPOs globais neste ano.

Mesmo nesse ambiente adverso, a Porsche alcançou o IPO no topo da faixa sinalizada aos investidores, com a ação saindo a € 82,50 (cerca de R$ 435).

“A Porsche terá um valor de mercado na faixa de € 75 bilhões após o seu IPO. Isso quase iguala o valor de mercado da Volkswagen, de cerca de € 83 bilhões (R$ 438 bilhões)”, diz a Swissquote Research, em comentário a clientes.

O maior IPO na Europa nos últimos anos foi o da suíça Glencore, que em 2011 levantou US$ 10 bilhões (R$ 54 bilhões).

A oferta, coordenada por Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs e JPMorgan, atraiu interesse de grandes investidores como os fundos soberanos do Catar e da Noruega.

Foi a segunda maior listagem da história da Alemanha, só perdendo para a Deutsche Telekom, em 1996.

A Swissquote Research destaca que a Porsche conseguiu emplacar seu IPO mesmo em meio a um mercado sem brilho para ofertas de ações, citando como justificativas para o interesse dos investidores o prêmio pago pela companhia, de 7,5% em relação ao preço preferencial do IPO, bem como sua estrutura de dívida.

Dividendo especial

Com o sucesso do IPO da Porsche, a Volkswagen anunciou o pagamento futuro de um dividendo especial de 49% de sua receita bruta. A recompensa aos acionistas é positiva, segundo a Morningstar, uma das grandes casas de análises dos EUA.

Também é visto como positivo o destino do restante dos recursos do IPO, que será aportado na transição para veículos elétricos a bateria, nos quais a empresa planeja investir mais de € 50 bilhões (R$ 265 bilhões) em cinco anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Porsche supera mau humor global e capta R$ 50 bi na Bolsa de Frankfurt no site CNN Brasil.

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